sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os filhotes de gato e as Flores


















Estranhamente ela estava lá novamente, no jardim de sua antiga casa. Suas amigas daquela cidade tão distante, a segunda que havia morado em sua jovem existência, também estavam lá. Brincavam no jardim com filhotes de gato persa. Uma das gatinhas, a mais gorduchinha de todas, era a mais sapeca e tinha uma linda barriga rosada que dava uma vontade loucade apertar. O dia estava lindo, era inverno, mas havia um sol intenso que tomava conta das flores, dos gatos, das amigas, de tudo. Não havia medo, não havia tristeza e tudo parecia brilhar muito. Passaram a tarde no jardim, conversando, brincando com os filhotes, rindo de coisas bobas, fofocando e tudo parecia perfeito, nem mais nem menos...apenas perfeito. Anoiteceu e ela recolheu-se ao seu antigo quarto, que possuía as mesmas cortinas e colchas de borboletinhas rosa de sua infância. Adormeceu tão logo e foi um sono confotável e feliz. Pela manhã tomou café na cozinha com sua família e todos pareciam felizes, como em um comercial de margarina. Depois, ainda de pijama, resolveu voltar ao jardim e para sua surpresa os filhotes todos estavam lá, ainda adormecidos. Alguns dormiam dentro de flores, outros embolados pelo frio dormiam abraçadinhos. Eles estavam por toda parte e eram tão fofos dormindo assim. Voltou para dentro de casa para procurar a máquina fotográfica e antes resolveu mostrar à mãe como estavam lindos os gatos dormindo no jardim. E enquanto admirava aquela beleza boba acordou no escuro e nada mais havia, nem gatos, nem casa, nem mãe e nem flores.

*ilustração de Enia Paulo Lobo

2 comentários:

epaula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
epaula disse...

Oi! Adorei seu texto e fiquei muito feliz que você usou a ilustração que eu fiz no seu blog. Obrigada!