
"Relaxando e saboreando um simpático e
quieto cigarro. E seus lábios caíram no chão"
(Fumantes de Paulo César Peréio)
E foi exatamente ali, naquele lugar tão distante, que de repente ele lhe surgiu. Como se tivesse se teletransportado, numa dessas máquinas coloridas e cheias de luzes que só existem na nossa imaginação ou nos filmes de ficção, e se materializado ali na sua frente, bem no meio da chuva. Quis trancar a respiração, não conseguia; Quis ter qualquer certeza, mas não tinha. Ficou ali paralizada pensando que alguém havia lhe apontado um controle remoto e apertado o botão PAUSE, se isso fosse possível, mas não era. Pensou que não podia ser, mas era. E só teve certeza quando o viu sozinho num canto como de costume e então na luz pôde observar bem seus pés...era ele, não lhe restavam dúvidas. Mas que diabos aquele velho fantasma solitário parado com todos os seus silêncios fazia ali? Observou-o no meio de toda aquela gente, no meio daquela fumaça e seguia achando um tanto enigmático. Que no fundo sempre teve um pouco de pena, um pouco de admiração, mas que não passava de um fantasma divertindo-se, ou não. Por fim decidiu ir embora, que aquilo não fazia mais parte de seu mundo. E assim o fez, partiu em paz.
*ilustração de Jesse Auersalo
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